Estudiosos dizem que o nosso cérebro registra a última pesagem do nosso corpo e depois luta para chegar nesse número todas as vezes em que emagrecemos. Ali estava eu, quase saindo dos três dígitos, mas sentindo o meu corpo lutar para voltar aos 115 kg.
Amamentei até o meu filho completar dois anos. Como as mamadas já não eram tão frequentes, comecei a engordar e fui dos 100 kg para os 110 kg aos poucos. Depois que parei com a amamentação, comecei a engordar mesmo mantendo a mesma rotina de alimentação saudável e caminhadas diárias. Meu corpo conseguiu voltar aos temidos 115 kg. Conforme os anos foram passando, o meu peso foi aumentando. Cheguei ao maior número jamais registrado: 125 kg.
Isso é o que as pessoas não entendiam e ainda não entendem a meu respeito. Quem não está comigo no dia-a-dia não imagina que me alimento como uma pessoa magra. Pensam que como o dia todo, coisas extremamente gordurosas e calóricas... Os olhares e julgamentos fazem parte de minha vida, sempre fizeram e continuam a fazer.
Naquela ocasião eu mantinha minha rotina de caminhadas dia sim, dia não. Me mantinha sempre em atividade, quem é mãe de pequenos sabe como é. Cuidava da casa, trabalhava como designer fazendo meus próprios horários. Não havia motivo para engordar tanto...
Ao mesmo tempo em que eu me sentia realizada e plena como esposa, mãe e profissional, a angústia crescia por causa da cobrança da família e de alguns conhecidos em relação ao meu peso. Frases como "nossa, como o seu rosto é lindo" sempre vinham como um golpe em meu peito. Ninguém diz isso. A frase deveria ser "nossa, como você é linda" e ponto. Mas a ênfase no rosto sempre deixava claro que o rosto era lindo, mas o resto incomodava.
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